
Os mercados e as lojas separam alguns dias do ano para o que eles chamam de “balanço”. Fecham as portas para o público externo para contar e recontar as mercadorias. O balanço é essencial para o comércio, pois conseguem entender quanto, o que e em quais condições se encontram as mercadorias. Muita coisa se descobre e muita análise é feita sobre a forma como aquele estabelecimento tem feito seus negócios.
Como seria benéfico para todos nós se compreendêssemos a importância que o balanço tem também em nossas vidas!
Nós nos acostumamos com a correria dos compromissos, com o barulho das ruas e das conversas. Nós nos deixamos levar pelo movimento do trânsito, das atividades, das reuniões e dos bares. “A vida corrida!” como dizemos com certa frequência…
Acontece que neste movimento ininterrupto de nossas vidas deixamos muita coisa entrar nos nossos corações inadvertidamente: rancor, maus pensamentos, medos, incompreensões, mágoas. E estes sentimentos são como árvores. Primeiro vem a inofensiva semente que encontra terreno onde possa lançar suas futuras raízes, depois vem a planta e seu tronco crescendo sem cessar e aquela semente quase invisível se torna uma imensa planta.
Imagine pois, o tamanho de uma floresta onde ninguém poda as árvores? Imagine a bagunça de um mercado que não faz o tão necessário balanço?
Assim também é nossa vida interior se nos deixarmos levar pela pressa de chegar. Vamos ser abafados pelas imensas árvores dos sentimentos ruins. Vamos ser desconhecidos de nós mesmos, pessoas que não sabem o que sentem.
Fazer o balanço significa se retirar por um tempo e olhar para dentro de si:
- Quais pensamentos têm me tirado o sono? O que os provoca?
- Quais sentimentos estão tomando minha alegria? Quando foi que eles entraram?
- O que eu gosto? O que eu não gosto?
- Por que meu coração tem andado tão acelerado? O que ele tem tentado me dizer?
- Quem eu preciso perdoar para recomeçar?
- Quais ressentimentos batem à minha porta todos os dias?
- Quem e como eu tenho magoado as pessoas?
- Quais vícios eu desenvolvi e como me livro deles?
- Como está o amor que sinto por mim mesmo?
O balanço exige renúncia. O comércio renuncia ao lucro enquanto de portas fechadas, porque sabe do benefício futuro.
O que você acha de agendar seu balanço interior? Quem sabe ele não comece hoje mesmo? Amanhã? Feche as portas por um breve momento, conte, reconte e analise o que tem acontecido com você. Depois volte com mais força, mais energia, mais tranquilidade e principalmente, com mais amor próprio. O balanço mostrará o que tem sobrado, o que tem faltado e o que é preciso fazer daqui pra frente para que as coisas melhorem e se perguntarem porque você sumiu, responda sorrindo: “eu estava fechado(a) para balanço!”
Foto por David McEachan em Pexels.com
Leo Pessoa
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Muito pertinente e uma reflexão ótima para os dias de hoje!
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Muito obrigado! 😉
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Uma ótima reflexão…vamos desacelerar e se fechar para o balanço! Desenvolver o autoconhecimento!!!
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Sim! Exatamente
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